Anjo de Vidro
Sem querer, quebraram suas asas
Bruto esbarrão de desatentos
Sem querer, apedrejaram sua face angelical
A pedra sobre a face é o sustento
Foram submergidos por água feita de lama
Lamaçal de podridões
Sem luz, sem ânimo, sem nada
Escravos vivos das pretensões
Sem querer enforcaram – no,
Sem piedade, em nome da paz
Evidência de crime, sem culpa
E sem dar ouvidos aquele que jaz
Pobre semeador da Paz Celestial
Sem asas, sem face, sem nada
Deixado, solitário, entre todos
Apenas observando, Ele ainda guarda