UM ROSTO NA JANELA

Tem um rosto na janela

Que olha a rua paralela

Vendo a multidão passar

Quanto olhar entristecido

Vê os próprios pés feridos

Por não ter o que calçar

Um bêbado ser escorraçado

Um negro ser repudiado

Este rosto também vê

E porque esta sociedade humana

Na sua estabilidade insana

A paz não consegue ter?

Este rosto sombrio e duro

Também teme o futuro

E da janela a tudo olha indiferente

Será que ele não pensa agora

Que amanhã poderá estar lá fora

Caminhando entre esta gente

Zilda Alckmin
Enviado por Zilda Alckmin em 08/05/2012
Código do texto: T3655626
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