PERDAS (a meu irmão)
Um dia triste. Uma perda.
Mais uma, nem maior, nem menor.
Aos sessenta vou contabilizando perdas.
Quantas serão, não tenho idéia,
até que não possa mais senti-las,
porque serei eu a perda de alguém.
É o destino se fazendo
na construção de enredos
e redirecionando nossas vidas.
Não irei mais te visitar
e outras coisas farei neste tempo.
Talvez tome um café com uma amiga
e revele algo que lembrei num repente casual
à vista das folhas amarelecidas do outono.
Talvez eu vá a um cinema
e descubra verdades
que escondi de mim mesmo
e ligue, no meio da tarde,
para contar uma mentira
que faça alguém feliz.
A partir de hoje, não poderei te visitar
porque lá onde sempre te encontrei
tu não vais estar.
Ao invés de ir lá, talvez reúna amigos
numa roda de bar e conte histórias
que ficarão guardadas em cada um
e serão lembradas quando eu também me for.
Talvez eu vá a um parque com meu filho menor
e, sentando na grama, tomando um chimarrão,
fale prá ele de como foi minha infância
ao teu lado.
Um dia triste. Uma perda.
Mais uma, nem maior, nem menor.
Aos sessenta vou contabilizando perdas.
Quantas serão, não tenho idéia,
até que não possa mais senti-las,
porque serei eu a perda de alguém.
É o destino se fazendo
na construção de enredos
e redirecionando nossas vidas.
Não irei mais te visitar
e outras coisas farei neste tempo.
Talvez tome um café com uma amiga
e revele algo que lembrei num repente casual
à vista das folhas amarelecidas do outono.
Talvez eu vá a um cinema
e descubra verdades
que escondi de mim mesmo
e ligue, no meio da tarde,
para contar uma mentira
que faça alguém feliz.
A partir de hoje, não poderei te visitar
porque lá onde sempre te encontrei
tu não vais estar.
Ao invés de ir lá, talvez reúna amigos
numa roda de bar e conte histórias
que ficarão guardadas em cada um
e serão lembradas quando eu também me for.
Talvez eu vá a um parque com meu filho menor
e, sentando na grama, tomando um chimarrão,
fale prá ele de como foi minha infância
ao teu lado.