De outras palavras aéreas

(E antes que venham os comentários sem noção, isso se chama "poema em prosa". Varios grandes poetas fizeram. Vários pequenos também.)

De outras palaras aéreas

Eu já falei muitos ares, irmãos? É que me visitam sempre ares novos, passeando pelas salas de estar calado e falante, ventos que sempre sopram. Outras palavras aéreas com a estranha potência das nossas. E que estranha potencia as delas, essas ventanias incessantes incensando nossas mentes com uma confusão de aromas e gostos que precisamos tatear com os olhos! Existem olhos que nunca aguentam o vento, irmãos. Vejo olhos por todos os lados que se fingem de cegos para não enfrentar a revolta das tempestades. O vento deveria trazer navalhas que perfurassem as pálpebras desses supostos cegos, para que os olhos tateassem novamente, e eles engatinhassem em novas rotas de colisão com as brisas da vida, essa sopradora de segredos e chaves que tão para todos os lados, cantos e buracos numa via de mão múltipla e infinitas bifurcações! Foco em ações que destroçam telhados e derrubam casas não são aprovadas pelos ventos. As pessoas é que chamaram os ventos ruins e acabaram com as casas de pessoas boas no processo. Suspiro...suspiro. Sussurro: posso soprar mais alguma pergunta? Íamos no vento e somos os ventos, e continuamos sem resposta.

Dija Darkdija

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 05/05/2012
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