FANTASIA

FANTASIA

Isabel C S Vargas

Achei que te compreendia.

Enganei-me.

Pensei ser entendida.

Pura ilusão.

Abri meu coração,

joguei palavras ao vento.

Fostes uma muralha impenetrável.

Ignoraste cada sopro de ternura,

súplicas constantes por atenção

evidenciando pedidos de socorro.

Nas perguntas feitas,

roguei por qualquer resposta

que me mostrasse tua humanidade.

Imaginei afinidades não existentes.

Vislumbrei em sonhos cumplicidades vãs.

Em cada linha e entrelinha de muitos textos

procurei mensagens não ditas,

sinais, códigos

que se revelaram falsos

que me induziram a interpretações distorcidas.

Não consegui me fazer entender.

Nem perto cheguei

da pessoa que julguei existir

mas, que na realidade

foi pura fantasia

de um coração carente

a revelar uma alma ardente.