VELHO CÓRREGO

Digo velho!

Porque estás ai há tanto tempo

A correr desatento

Sem nunca parar.

Digo velho!

Porque viste minha infância

A correr cheia de ânsia

Em suas águas brincar.

Velho córrego!

Corre sempre mansamente

Fico até meio dormente

De tanto te admirar.

Velho córrego!

De águas límpidas infinitas

Meu peito arfante grita

Seu doce murmurar.

E então, digo: velho!

Porque não desiste da vida

E mesmo na seca sofrida

Não ousaste secar.

Por isso, digo: velho!

Porque tens a grande sabedoria

De nos mostrar a magia

Do eterno caminhar.

Sim. Digo: velho!

De uma velhice e diferente

Daquela que jamais sente

O peso dos anos chegar.

Sonia de Fátima Machado Silva
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 04/05/2012
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