AQUELA TARDE

Me vem nos lábios

Um sorriso maroto

Daquele cheiro de mato

De relva molhada

E grama pisada

Aquele cheiro de entardecer

Quente e úmido

E da nossa indiferença

Em relação a natureza

Quanta beleza!

Aquela brisa suave

Brincando nos seus cabelos

Que também me acariciava

Me seduzia e me encantava

Aquele olhar de incerteza

E o seu jeito travesso

De enganar os outros

Que eu também aprendi

Não resisti...

Agora o sorriso se vai

Mas me deixa no rosto

Um desenho idiota

E sem fim

Agora nada mais importa...

Depois daquela tarde

Nunca mais enganei os outros

Passei a enganar só a mim

Zilda Alckmin
Enviado por Zilda Alckmin em 02/05/2012
Código do texto: T3646380
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