AQUELA TARDE
Me vem nos lábios
Um sorriso maroto
Daquele cheiro de mato
De relva molhada
E grama pisada
Aquele cheiro de entardecer
Quente e úmido
E da nossa indiferença
Em relação a natureza
Quanta beleza!
Aquela brisa suave
Brincando nos seus cabelos
Que também me acariciava
Me seduzia e me encantava
Aquele olhar de incerteza
E o seu jeito travesso
De enganar os outros
Que eu também aprendi
Não resisti...
Agora o sorriso se vai
Mas me deixa no rosto
Um desenho idiota
E sem fim
Agora nada mais importa...
Depois daquela tarde
Nunca mais enganei os outros
Passei a enganar só a mim