A ESPERA
Lá fora a chuva cai lentamente
E aqui eu fico aqui acalentando sonhos
Pra me manter viva
Enquanto vou remoendo idéias
E me surpreendo com a caneta na mão
Compondo versos e contornando em círculo
A palavra que forma seu nome
Então rompe de minha alma
Uma calma pouco aparente
E de repente,
Bate forte aquela saudade
Trazida na brisa de um passado
Tão recente...
A chuva continua em seu ritmo lento
Como lagrimas silenciosas
Em forma de lamento
Me atento a uma melodia precisa
Neste momento enquanto ouço Luiza
E me vejo assim na janela
Olhando as vitrines da galeria
Na sequência ouço detalhes
Que me leva por uma estrada colorida
A sentar à beira de um caminho
Ou então em um ponto qualquer
Numa longa espera
Tento me concentrar no que faço
E só consigo dar voltas no espaço
Ao redor de mim mesma
Então das lembranças desfaço
As imagens confusas de beijos roubados
E desejos contidos
Respiro fundo...
Olho a minha volta e vejo tudo tão calmo
Quase sem perceber,
Olho o telefone
Leio outra vez o seu nome
E sem sair do lugar
Fico esperando ele tocar...