A ESPERA

Lá fora a chuva cai lentamente

E aqui eu fico aqui acalentando sonhos

Pra me manter viva

Enquanto vou remoendo idéias

E me surpreendo com a caneta na mão

Compondo versos e contornando em círculo

A palavra que forma seu nome

Então rompe de minha alma

Uma calma pouco aparente

E de repente,

Bate forte aquela saudade

Trazida na brisa de um passado

Tão recente...

A chuva continua em seu ritmo lento

Como lagrimas silenciosas

Em forma de lamento

Me atento a uma melodia precisa

Neste momento enquanto ouço Luiza

E me vejo assim na janela

Olhando as vitrines da galeria

Na sequência ouço detalhes

Que me leva por uma estrada colorida

A sentar à beira de um caminho

Ou então em um ponto qualquer

Numa longa espera

Tento me concentrar no que faço

E só consigo dar voltas no espaço

Ao redor de mim mesma

Então das lembranças desfaço

As imagens confusas de beijos roubados

E desejos contidos

Respiro fundo...

Olho a minha volta e vejo tudo tão calmo

Quase sem perceber,

Olho o telefone

Leio outra vez o seu nome

E sem sair do lugar

Fico esperando ele tocar...

Zilda Alckmin
Enviado por Zilda Alckmin em 30/04/2012
Código do texto: T3641655
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