RETRATO EM SÉPIA...

Há um céu sem grife

Neste tempo adoutorado

Que tudo pode.

Há um vento sem rumo

Num horizonte desenhado...

Em ilusória linha reta.

Há uma moldura rachada

Numa tela desbotada

Dum tempo qual em sépia.

Há folhas que já caem

Dum outono castigado

Num ensaio com arestas.

Há um sol que já nos chega

Sempre vindo dum outro lado...

Que estava escuro.

Há a manhã que arrisca

Um coração ensolarado

Que palpita ao novo mundo.