CAOS

(Zenilton Silva Júnior.)

Tudo começa com raios, trovões, relâmpagos.

E continua num crescendo, nos amedrontando.

Chuvas torrenciais caem impiedosas e audaciosas,

Destruindo, afogando, limpando e semeando.

Depois vem o sol inclemente, secando, iluminando,

Dando vida às sementes, plantadas pelo dilúvio.

Então nascem as plantas, alimentos dos animais,

Que descem ferozes, velozes, mortais.

Comem tudo o que encontram pela frente.

Destroem e matam o que lhes desagradam.

Orgulham-se de ser os favoritos e escolhidos.

Mas, pela fúria de um raio são tolhidos.

E viram fogo e depois cinzas, alimentos de

Peixes e aves. Depois de consumidos são

Secretados, sem o menor pudor ou rancor.

São apenas restos de uma falha anterior.

Servem para nutrir novas plantas, mais

Bravas, resistentes e violentas. Tal como

Flores num deserto, poem à mostra seus

Espinhos, ameaçadores e proféticos.