MEU ETERNO E SERENO NAVEGAR
Estás todo em mim,
e, todavia,
tão inalcançável,
tão distante...
Se soubesses
como só tu ocupas
cada instante,
desta vida
alucinante…
Tuas ondas,
como os meus
pensamentos,
vão e vêm,
vêm e vão,
unindo-se
e afastando-se,
num eterno
murmurar…
És tu e só tu
em mim
e não o sabes.
Estás todo em mim,
pulsa meu coração
em ti e não o sentes...
Mar, infinito mar,
quanta plenitude
neste nosso eterno
e sereno navegar!
Quantas semelhanças
entre a tua
e a minha
solidão...
Mar,
solitário mar,
vem, dá-me a mão!
Ana Flor do Lácio