Críticos Mesquinhos

Se é isso que vocês querem, enfim, que seja:

Donde uma pessoa não consegue enxergar o artista,

Não há de se ver uma alma; tampouco um coração.

Sim, fazer-se de ridículo e não ser um ridículo; utilizar-se de máscaras

E conseguir ser mais cândido e autêntico do que esses reles críticos.

Sim, observem: que importa uma vida inoportuna e cheia de hipocrisias

Se todos vocês vivem na mordomia do ignóbil escárnio;

Se possuem os medos de serem vexados e importunados?

Não, preferem ficar nas trevas abissais do oceano...

Lustram-se as gargantas, inflam-se as vias aéreas

E regurgitam as palavras imperiosamente cacofônicas.

Aaah!... Esses estridentes burburinhos macilentos...

Sentados confortavelmente na primeira fila do teatro eu os observo...

Diminutas cabeças de ignorância...

Cadê seus covardes? Vamos, cadê? Cadê o esplendor de

Serem uma estrela maior?

Assomar no proscênio da vida?

Suportar a crítica sem moralidade e sem respaldo?

Não!... Muito mais fácil ficarem sentado na poltrona do teatro...

Com o tempo aprende-se que a sua consciência

E o espírito é tudo o que você possui,

E compreende-se que muitas vezes o louco não é você!

Permitam-me viver minhas fantasias, ser um poeta maior,

E nem tampouco um alienado.

Loucos são vocês:

Pessoas normais, com hábitos comuns,

Mentes medíocres, petulantemente intelectuais.