MEU CORPO QUE É TEU
Lílian Maial
Meu corpo, de curvas suaves,
Contornos esculpidos,
Ombros frágeis, mãos serenas,
Meigas peças de provocar delírios.
Seios delineáveis, pedintes e pedantes,
Por instantes atraiçoados por bicos arrogantes.
Ventre quente, de guardar semente,
Vizinho do erótico, do aromático,
Do único caminho de penetrar no todo.
Corpo de quadris enigmáticos,
De requebros frenéticos,
De pernas rapinas, morenas,
De coxas felinas, sedentas,
Torneadas na selva.
Culminam em pés carinhosos,
Como mãos atrevidas,
Em procuras bandidas,
Em dedinhos sensuais.
E a cabeça dengosa,
Com olhos gotejantes,
A boca entreaberta,
A língua molhada,
Oferece, safada,
a promessa de amor.
Colher neste corpo
O sumo, o fruto, o bagaço,
Transbordar num abraço
O encanto da flor.
Adorna o meu corpo
Com teus laços, apertos,
Com tuas marcas, teus dentes,
Me guarda, me aguarda
Que tua morada,
A fogo entalhada,
Tem meu endereço.
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Lílian Maial
Meu corpo, de curvas suaves,
Contornos esculpidos,
Ombros frágeis, mãos serenas,
Meigas peças de provocar delírios.
Seios delineáveis, pedintes e pedantes,
Por instantes atraiçoados por bicos arrogantes.
Ventre quente, de guardar semente,
Vizinho do erótico, do aromático,
Do único caminho de penetrar no todo.
Corpo de quadris enigmáticos,
De requebros frenéticos,
De pernas rapinas, morenas,
De coxas felinas, sedentas,
Torneadas na selva.
Culminam em pés carinhosos,
Como mãos atrevidas,
Em procuras bandidas,
Em dedinhos sensuais.
E a cabeça dengosa,
Com olhos gotejantes,
A boca entreaberta,
A língua molhada,
Oferece, safada,
a promessa de amor.
Colher neste corpo
O sumo, o fruto, o bagaço,
Transbordar num abraço
O encanto da flor.
Adorna o meu corpo
Com teus laços, apertos,
Com tuas marcas, teus dentes,
Me guarda, me aguarda
Que tua morada,
A fogo entalhada,
Tem meu endereço.
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