Caneta
Encontro-te à noite
no meu quarto
e repouso em ti
meus dedos cansados.
Pensamentos tolos
me rondam,
tiram minha paz
e, por vezes, me assombram.
Mas você parece
conhecer meus medos.
Parece saber
que carrego segredos.
São meus. São teus.
São nossos.
Há sangue. Há dor.
Há ossos.
Aqueles atrofiados
que reclamavam o cansaço
E você não ouvia.
Que latejavam
e te alarmavam
Mas você não sentia.
Só trabalhava,
não descansava…
Mesmo quando minha mão pedia.