O TREM
Sou o mar que encandeia
em noite de lua cheia,
feito sangue que estanca
quando entope uma veia.
Qual lágrima que cai
quando a alegria definha,
sou o riso que esvai
feito um galo na rinha.
feito chuva esperando
mais de uma andorinha,
sou a noiva na igreja
quando o noivo não vem.
sou só uma criança
a pular de alegria,
ao ouvir ainda longe
o apito do trem.
Saulo Campos - Itabira MG