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Essa coisa Invulgar



Ela chega assim,
de mansinho
trazendo no ar um cheiro de vento
trazendo no vento um gosto de flor
Ela sempre chega assim,
devagarinho
com claves, sustenidos, violinos,
oboés, flautas, cordas vocais
e, como mutante, já não é como chegou
vai se mostrando como moça bonita.
vai alternando como ecos em montanhas
vai chegando em ária, em profusão,
como areia do mar, em arte, em allegro
ela chega assim,
como nuvem de clarins no éter,
suave pluma que silencia lábios,
que acaricia o ser, que alicia ouvidos
chega quando o sol se vai,
durante o amarelo do dia,
chega na cidade, no palco, na noite,
na matinha, na rua, na matina,
conforta, preenche, transcende,
assim é a divina música,
assim é a música divina.

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(PRIMEIRO DE ABRIL!!!   este foi o PRIMEIRO poema  publicado aqui no Recanto, em dezembro de 2008

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(poema vencedor do concurso)
No site ECOS DA POESIA,
Um CD de Morris Albert, foi o prêmio
Yara (Cilyn) Lima Oliveira




Imagem: As tres Graças (Mitologia greco-romana)