O ECO
Da fonte tão pura, já sinto saudade,
das cruas entranhas, das nuas verdades,
das minhas mentiras, com calma e ternura,
corroendo a insônia da tua beldade.
Se já não me escondo adentrando teu ser,
é que um insano desejo às vezes sem cura,
invade o meu ego, então não me nego,
no desassossego me entrego à loucura.
Tão despudorado vago feito cego,
trago o sentimento, de um gole só,
sentindo ternura em um simples afago.
Na doce aventura, eis que me embriago,
gritando teu nome, muitas vezes grito,
mas só ouço o eco, vindo do infinito.
Saulo Campos - Itabira MG