VESTÍGIO DE UMA ESTRELA
Tinha uma estrela na testa,
mas no fim da festa
parada em um canto,
para o seu acalanto
só restava a azia,
e o profundo silêncio
de uma vida vazia.
Já não mais chorava,
também não bebia,
tendo em companhia
só a solidão,
perdeu-se na ilusão
a esperar pelo dia.
Porém a madrugada
tão impiedosa,
sombria e gelada,
não se apressou.
Ao raiar o dia,
a estrela apagada
não mais reluzia,
pois a luz que havia
seu brilho ofuscou.
E para os transeuntes,
ali ofuscada
ela mais parecia
uma moça qualquer,
ali na calçada,
tão triste e calada,
agora era apenas
uma linda mulher.
Saulo Campos - Itabira MG