VESTÍGIO DE UMA ESTRELA

Tinha uma estrela na testa,

mas no fim da festa

parada em um canto,

para o seu acalanto

só restava a azia,

e o profundo silêncio

de uma vida vazia.

Já não mais chorava,

também não bebia,

tendo em companhia

só a solidão,

perdeu-se na ilusão

a esperar pelo dia.

Porém a madrugada

tão impiedosa,

sombria e gelada,

não se apressou.

Ao raiar o dia,

a estrela apagada

não mais reluzia,

pois a luz que havia

seu brilho ofuscou.

E para os transeuntes,

ali ofuscada

ela mais parecia

uma moça qualquer,

ali na calçada,

tão triste e calada,

agora era apenas

uma linda mulher.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 26/03/2012
Código do texto: T3576906
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