PORRE

Vou guardando para os vermes meus pecados,

Para Deus guardo uma prece fervorosa,

Guardo um terno para o dia derradeiro,

Para ela guardo a essência de uma rosa.

Para a harmonia guardo um acorde dissonante,

Para a melodia uma nota aveludada,

Para a poesia guardo um verso interessante,

para a canção guardo uma voz imaculada.

Para a paixão guardo um amor que desatina,

para a orquestra um violão sempre afinado,

para a festa guardo apenas na retina,

A lembrança de levar-me a lucidez,

Para a ressaca guardo o porre destilado,

Para a loucura reservei a sensatez.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 25/03/2012
Código do texto: T3575851
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