Fuga
Ele dorme e acorda na rua
Passa dias e noites deitado
Faz do crime a sua labuta
E o seu nome já foi apagado
Nas favelas, nas celas, enfim
Nos começos, no meio e finais
A cabeça que esmaga a poesia
O sorriso que mata ideais
Da sua fome o bom faz comida
Do seu choro o homem faz mal
Do seu chão constroem-se a vida
Sua saúde é um vírus letal
Caem folhas, e colhem-se frutos
Jaz o brilho de uma nova estação
E se flores já jorram da tinta
Faz da arte o seu ganha-pão
E se antes ninguém nunca o via
Agora já anda explorado
Mais uma vez faz da mesma magia
O seu modo de ser enxergado