Fuga

Ele dorme e acorda na rua

Passa dias e noites deitado

Faz do crime a sua labuta

E o seu nome já foi apagado

Nas favelas, nas celas, enfim

Nos começos, no meio e finais

A cabeça que esmaga a poesia

O sorriso que mata ideais

Da sua fome o bom faz comida

Do seu choro o homem faz mal

Do seu chão constroem-se a vida

Sua saúde é um vírus letal

Caem folhas, e colhem-se frutos

Jaz o brilho de uma nova estação

E se flores já jorram da tinta

Faz da arte o seu ganha-pão

E se antes ninguém nunca o via

Agora já anda explorado

Mais uma vez faz da mesma magia

O seu modo de ser enxergado

Ian Lopes
Enviado por Ian Lopes em 24/03/2012
Reeditado em 06/05/2014
Código do texto: T3572895
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.