bombons
É tão bom dizer: “eu te amo”
Por que será que dizemos tão pouco?
Uma dia minhas filhas deram-me a resposta.
Elas comiam bombons,
Quando chegou nos últimos da caixa
Cada uma pegou um e começou a come-los lentamente.
O chocolate derreteu.
Impacientei-me com aquela cena e disse:
-Come logo gente!
Elas responderam: Não pai, senão acaba.
A gente se torna adulto e acha que “eu te amo”
São bombons em uma caixa,
E vamos segurando em nós.
Não por medo que acabem
Mas esperando uma ocasião melhor para dizer.
Ocasião essa que nunca chega.
O problema é se eles derreterem em nós
E não puderem mais ser ditos.