Entre faltas e saudades
Eu sinto falta da equivalência
Que havia entre nossas almas
Sinto falta da calma que sentia
Quando minha maior preocupação
Era te fazer sorrir
Eu sinto saudades das tardes morenas
Em que sentávamos devolutos
Defrontando nossas origens
À beira daquele imenso rio azul
Eu sinto falta da essência
Da fragrância que pairava
Anunciando futura presença
Advinda num lindo revoar
Eu sinto saudade da doce brisa
Que tocando os teus cabelos
Traziam-me o desvelo
De teus cachos acariciar
Sob o som do silêncio
Quando, na palavra jazia o crime
Assim, o silêncio para nós
Era mágico
E quebrá-lo realmente parecia crime
Assim, o silêncio era nossa tônica
E nele tudo era mais sublime
Tudo era mais real
Eu sinto saudades do silêncio comum a nós
E sinto falta de quando era atroz
Estar distante de você
Diferente de hoje
Quando tudo soa como um simplório “tanto faz”!
Eu sinto falta da época em que balbuciar
Era mais do que suficiente
De quando os olhares eram transcendentais
Por fim, entre faltas e saudades
Eu sinto que quando não precisávamos
De nenhuma palavra
Para nos entender
Éramos mais felizes!