As Minhas mãos sujas de sangue
As minhas mãos sujas de sangue
As minhas mãos estão sujas de sangue
Sangue dos que já foram
Sangue dos que virão...
Sangue dos que eram.
Sujo em mim meu próprio sangue
Cheio de palavras...
Não vejo nada, nem a rua
Rua que um dia fui eu.
Não vejo nada, só resta o pó
Pó de uma única cera.
Resta ainda a minha cina
Entreaberta de um mesmo fim...
Resta ainda a minha vida
Vida deserta, deserta ainda de mim.
O que será que fui desde outrora
Pousando e clamando sob meus
Pensamentos,
Jantando na mesma cina que eu.
O que será que sou agora
Será que outro?
Será que teu?