NÃO HÁ COMO

Não há como dizer que não me amas.

Eu me nutro e me alimento deste amor

Que me sustenta e me faz o que sou,

Mesmo sendo nada, mesmo sendo pó

Não há como dizer que não me cuidas.

Eu te sinto ao meu lado a cada instante

Me tomando pela mão, me tomando pela vida,

Me tomando pela alma e pelo coração,

E me conduzindo aonde tu queres,

Ora às fontes, ora ao deserto,

O certo é que me conduzes em meio às luzes

Que sufocam as trevas, e me levas

A descansar o meu descanso,

No remanso dos teus olhos,

No remanso do teu peito onde reclino a cabeça

E faço desse instante, ante o teu cuidado,

Um momento de infinita paz.

Não há como dizer que eu não te amo.

Te amo tanto que a tua cruz não se separa de mim,

Cruz que eu abraço a cada passo, e acolho

Não porque escolhi, mas porque escolheste por mim;

E acolher o que tu escolhes é dizer com a vida,

“seja feita a tua vontade”. E te louvar, te bendizer,

Te render graças, porque sendo o deus da cruz,

És ao mesmo tempo o deus do túmulo vazio da morte,

E repleto de ressurreição.

ALMacêdo

20.11.2007

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 20/03/2012
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