sobre muros desse condominio , nos debruçamos , para a dinâmica da comunicação. temos vizinhos de porta, outros mais distantes deixamos pra depois, mais tarde.

vamos proseando nossas dores , nossos embaraços, nossos gemidos , alegrias, desamores, nos prostramos tantas vezes diante de pespectivas que acabamos de inventar

não era parte de nós, e recriamos almas, as enchemos de recheios,no compasso do trabalho poético sem abreviaturas, sem muitas escolhas bem acabadas

toda poesia gera um sentimento coletivo, lembra as vezes os próprios cômodos da grande caminhada que é EXISTIR

há tantas coisas irredutiveis acontecendo nos coraçãoes, a humanidade clama por um (amém) um asento sem acento a instigar a voz da (palavra)

vida, o que é teu estar sobre a terra , tua essencia num revoar de anos de um ampliado mosaico, detalhes de escolhas acabadas, nas mãos do artista anônimo

somos sociedade. temos privilegios e deveres, somos tambem caracterizados (mundo), esse parece ser o segredo de nossa linguagem,como pensariam alguns a nosso respeito ?

o que importa ? se poemas atestam a clareza da determinação de fazer qualquer coisa , para não estar equivocado ou destituido de sua certeza

sobre os muros desse condominio debruçamos, vamos fazendo um apanhado das (caras e corações,) dos( rostos e decorações,) vamos lambendo a cria, partindo de nós (pátria) nossa ovulação espontanea para aparição das revoadas poéticas , desencadeando uma trilha poética para tantos lados, DESABAFOS, e costumamos guardar tantos odres com lagrimas do futuro

somos uma desorganização interna, na exigencia de organização plena para deitarmos nossas (cambaleadas experiencias vividas), nosso tom por hora fica emudecido e cálido, chegamos a exaustão saborosa da fertilização dolorosa no parto poético

onde derramamos nosso perfume barato ou de marca, nosso plasma fica impregnado no misterio de cada esperar por uma curva iluminada, nunca alguma sentença , na prática somos mais um verso na figura mental

cada passo é medido, meditado, reciclado, ainda que o sapato esteja furado, e o coração congelado, com gôsto de groselha , na flor velha,
no jarro quebrado na mesa sem pé

todo poeta é popular, é parte do mundo , é acervo em cada lar, todo poeta conta suas fases , suas falhas , suas ruas , suas luas, seus castelos de borracha, onde seus sonhos quicam, desde que possuam intensidade

todo poeta se estende mais que possivel, escreve alem do( legivel) segue domador do tempo, trilhando as linhas da lida na estrada da vida
onde toda humanidade repousa.

tudo aqui é tão murado, mais somos poetas , debruçamos sobre os muros, colocamos um banquinho , chamamos nosso vizinho, para um café da manhã

contamos nossos sonhos, nossos percalços, e quase sem fôlego ainda continuamos . vemos o mundo mais de perto, com a lupa da (in)sanidade talvez , mais conscios que todo poeta é livre , é louco , é pouco a vontade, e tem vontade de expandir sua viagem...

ainda que faltem olhos, e corações , para conosco repartir o preço da morada, estamos dispostos a desfrutar nossa poesia alem de nosso interior , numa linguagem que deve ser interpretada por si mesma, sem parecer estranha

não se trata de esclarecer coisa alguma , a poesia é múltipla, lucidamente cristalizada dentro da ternura que se esconde atras de cada muro , de cada dom , cada céu, cada sonho, cada esperança, cada bom dia, e que todos os muros sejam suaves, sem arestas, sem arames, e sejamos apenas poetas para sempre nessa (TERRA) nunca vista !
olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 13/03/2012
Reeditado em 17/04/2013
Código do texto: T3551060
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