A PRISIONEIRA

Ela começou a enredar-se

Em suas próprias teias de lã

Foi a educação, a religião, seu pai,

Seu marido, preconceitos, seus irmãos

Ela não se pertencia em nada

E o máximo que se permitia

Era um carteado às sextas-feiras

Redimindo-se depois nos terços

Que rezava todas as terças-feiras...

Quase tudo em sua vida

Tinha fios do passado

Que tecia nos sapatinhos de lã

Que doava aos desfavorecidos...

Ela insegura, agarrava-se às linhas e agulhas

Como se tramasse seu destino

Não cabiam neles desatinos

Nem quando platonicamente se apaixonava...

Há muito pouco tempo

Pensou se Dulcinéia

E se apaixonou por D. Quixote

Coitada! Quase foi atropelada

Pelo cavalo do “burro”...

Enquanto sua vida não muda

Ela calada sonha longe

Muito longe do marido,

Seu carcereiro...

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09.03.12

MARIO ROGERIO FEIJO
Enviado por MARIO ROGERIO FEIJO em 09/03/2012
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