PULSAÇÕES
No calabouço dessas folhas,
cinzelo-me no pó.
Sandálias desatadas,
se minhas veias ainda estão acesas,
meus caminhos não podem estar desertos,
e humanóide guardo pulsações de mar...
Esses lençóis de pergaminhos d'água,
onde o cotidiano reescreve o estigma
da incompletude e dos desvãos...
Esforço-me para não recitar peixes aos
meus filhos
e receitar pedras ao mundo...
Esforço-me para sobrevoar e sobreviver
à minha rasteirice,
para manchar-me além das pranchas
que se pintam,
e das formas que no fôlego
se cinzelam.
Ah, incontido é esse torpor
dos vazamentos da alma...
(nestes autos da vida!)
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