As almas da felicidade

A felicidade vem sem alarde e fica,

faz sua fornada nas frestas da vida com calma.

É arteira, é festeira, tem sumo, tem varanda,

é gozo forrado de mel, muito mel.

A felicidade é cais, é colo, é solo,

sorriso franco sem trambolhos, sem ferrolhos,

é luz sem ofuscar, é só agradar.

A felicidade afronha, faz atalho, faz latro,

delega aos ventos suas vestes mais amenas,

gosta do que é bom, do que é bonito, do que é gostoso,

quando fecunda, inunda de fé até o talo,

até o talo.

A felicidade tem sangue jovem, carne fresca,

faz o tempo ficar menos rançoso, menos retalhado,

quando quer crescer, cresce e pronto.

A felicidade é fogo, é rastro, é lastro, é fogo farto,

está sempre pronta pra dar bom dia, pra fazer dormir,

pra fazer resurgir, pra fazer repartir,

é senhora, é espora, é vendaval.

Quem quiser ver suas almas, é só pedir,

quem quiser ver suas vidas, é só pedir,

quem quiser ver seus olhos, é só pedir.

A felicidade traz consolo, traz atalho, traz arremate,

suas mãos estão sempre macias e sedentas pro agrado,

quem quiser se aninhar nelas, vem que o lugar está aquecido

e pronto para o que der e vier.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 29/02/2012
Reeditado em 29/02/2012
Código do texto: T3526685
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