FORTALEZAS
Fica um poema abstrato
inerte sobre a montanha,
de um coração ingrato
que feriu suas entranhas.
Pela comida na mesa,
alimentou a tristeza,
enquanto em terras estranhas,
construíam fortalezas.
O velho era um menino,
poeta, pai, calejado,
mas o garoto coitado,
só muito tarde entendeu,
que ficou velho e cansado,
e que isso na vida era nada,
se hoje o velho procura
o moleque pela estrada,
eis que só encontra a lembrança,
e uma esperança descrente,
bailando feito pingente
em uma foto pendurada.
Saulo Campos - Itabira MG