O ACIDENTE - 
BILLY BRASIL – 27 – 02 – 2012 - 18,34 HS
PERUIBE - SP
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Ontem pensei que fosse chover. Raios, trovões, e rapidamente o céu escureceu,
Temi pela tempestade, logo o vento limpou as nuvens e ela não apareceu.
Pelo retrovisor do carro, percebo um motorista querendo ultrapassar a todo custo,
Estrada estreita, visibilidade péssima, fiquei pensando, será que ele está doente, susto!

O carro bate numa saliência, inevitável, pela velocidade voa pela ribanceira.
Parei, desci com as pernas bambas, foi quando percebi o carro todo destroçado.
Pensei não vai dar certo, mas vou tentar chegar mais perto, queira ou não queira.
Dois lances antes de chegar ao carro, coração dispara, pensei Jesus amado.

Um corpo, inerte ao chão, aproximei era uma jovem mulher liguei pros bombeiros.
Ela respirava com dificuldades, ouço a sirene, finalmente eles chegaram, ainda bem.
Acompanhei a viatura, até o hospital, prestei depoimentos e ficou no pensamento.
Quem seria aquela jovem, lógico que a conheceria no primeiro momento.

Quase não dormi, no dia seguinte no horário de visitas, estava eu pra rever aquela moça.
Nenhum parente, nenhum amigo, não recobrara a consciência, era esquisito.
Passaram-se semanas, uma bela tarde, ela abriu os olhos, séria, usava touca.
Pensei lógico, ela não me conhece, disse meu nome, desviou o olhar, tenho compromisso.

Voltei outras vezes, e aos poucos ficamos amigos, disse que fugia do marido.
Mais um caso desses brutamontes, que se acham o máximo, ela não tinha filhos.
O dia de sua alta, eu estava lá, coloquei-a no carro, levei-a para minha casa, aflito.
O tempo passou, ela recuperou-se, apaixonei-me, um dia ela foi embora, mico.

O tempo passava lentamente, mas passava, procurei não pensar no que aconteceu.
Um domingo, a tarde, quase chegando a noite, bateu a minha porta, era ela, que abraço.
As palavras não saíram, os olhares se cruzaram, um beijo terno e molhado.
O amor nos uniu, com os anjos do céu, e nos trouxe a felicidade num afago.
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