LEGIÃO

O céu se tinge de um vermelho indecifrável

E um som, agudo, de trombetas me ensurdece

O gelo queima e cauteriza a minha carne

E o fogo forte da lareira não aquece.

Os cães, lá fora, uivam desesperadamente

E as aves fazem manobras suicidas

Nuvens de insetos sobrevoam a minha casa

E são imunes a todo e qualquer pesticida.

Os telefones estão todos mudos

E os celulares estão sem sinal

A eletricidade foi cortada

Velas impedem a escuridão total.

E em meio ao caos agora instaurado

Um estranho som corta o silêncio qual navalha

E o céu agora meio amarelado

Torna-se um imenso campo de batalha.

A um lado anjos de azul e branco

No lado oposto anjos de vestes pretas

Em cada exército um estandarte

E novamente soam as trombetas.

Mas uma luz ao longe muito forte

Chamou a atenção dos olhos meus

E ao longe estavam assistindo de seus tronos

De um lado Lúcifer, do outro Deus.

E a batalha que já havia iniciado

Tomava rumos vis, sanguinolentos

Acima dos guerreiros, um coral de querubins

Abaixo deles choro, gritos e tormentos.

Lanças e flechas eram disparadas

E eu ali presenciando boquiaberto

Seria aquilo o juízo final?

De mim não havia uma igreja perto.

Mas uma luz branca e misteriosa

Cegou meus olhos, me jogou na lama

E tudo desapareceu completamente...

Estou no quarto deitado em minha cama.

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 25/02/2012
Reeditado em 31/05/2024
Código do texto: T3518635
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.