minha juventude passou
 nem sei se estive nela
me dá uma impressão imediata
de ter concluido a leitura de minha vida...

a natureza da poesia  passa
ela muda
solidifica
ensurdece
envelhece....

parece que os erros ficaram isolados
num lugar meio desconhecido
(destino) sem  destino
meio quente , meio frio....

cambaleei nas gerações (futuras),
hoje passado  sou
 gestos sem nexo
um coração que (PAROU)

alguma fidelidade inpresente
pressente um aprofundar  maleável
as reflexões  de  minha  essência
ausencia  em mim

feito  um punhal contra o vento
atirado ao pensamento
que tão cruelmente ferido
tornou-se ausente
e nem saudade mais sente....

nesse periodo elaborado
de pensamentos
minha consciencia  histórica,
folclórica,
na mais elevada forma de intuir,
 sabe... que a vida (PAROU)

pelo meio de um caminho
que nem  teve FLOR...

tão sómente um universo
cuidadoso
que me foi compartilhando os pedaços
foi desatando alguns laços
me dando o aprendizado de morte...

de decepções  vi gerações,
vi a mim mesma
no espelho das lembranças
penetrando em mim 
 a  linguagem de abandono...

e em meio a tantas avaliações
me encontrei diante  de escoriações expostas
convite a solidão,
o amor não foi suficientemente 
(AMOR),
quem dera eu ainda fosse ingênua...

fui descobrindo  que a pior coisa da vida
é  a maturidade
a gente perde  mais da metade da sensibilidade

a rigidez  é uma forma de vida
poemas ficam contundentes
 e de repente
nem vale mais a pena
fazer poesia ....

 no entanto, não tenho queixas da vida
 apenas  envelheço consciente
que vi gerações  inquietas
acompanhada por um trajeto poético
que  jamais  me abandonou

sómente as vezes 
A POESIA se esquiva,
fica a me observar de longe....,
me deixando perdida
dentro de mim .....

e contra o vento
fecho os olhos
deixando minha vida
 IR...

olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 21/02/2012
Reeditado em 17/04/2013
Código do texto: T3511272
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