No carnaval que passou

Talvez devesse ter rasgado o decote

Purpurinado os olhos

Avermelhado os lábios

Arrematado os cabelos com pluma

Num exibido coque.

Ter relembrado as marchas

Aprendido novos sambas

Novos passos

Equilibrado nos saltos

Num exibido porte.

Desfilado o coração na avenida

Na rua de casa

Na calçada da esquina

Em frente à TV

Em cima do colchão.

Quem sabe ter virado o copo

Engolido os medos

Embriagado as dores

Vomitado os desamores

Ter ressaca de paixão.

Talvez devesse ter brincado o carnaval

E dormido sobre as cinzas.

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Léia Batista
Enviado por Léia Batista em 20/02/2012
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