CHEGUEI...

Cheguei...

Impúdica e nua,

punhos cerrados,

choro estridente

e disse o que ninguém ouviu,

“sou uma menina”.

Ninguém ouviu, apenas viu...

E me aconcheguei!

Mas não sosseguei...

Olhos descerrados,

tudo me era estranho,

confuso e diferente.

Surpresa repentina!

E não lembro se alguém sorriu...

Logo me concentrei

em ténues memórias

de longínquas vitórias;

nebulosas imagens

doutras viagens;

derrotas e dores,

paixões e Amores...

e logo SENTI que não era AQUI

o meu lugar – aquele lugar

aonde eu desejara chegar...

E vi que foi inadvertidamente

que aqui, muito erradamente,

Cheguei!...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 17/01/2007
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