ESPELHO

O espelho não revela o que eu fui

Nem muito menos o que serei.

À sua frente me posto

E ele manifesta apenas

O que eu sou agora,

Por fora, por ora;

Por dentro nada denuncia

Nem de noite nem de dia,

Nem à lua nem ao sol.

Seu amálgama de prata

Explora os sentimentos

E as emoções dos corações

Que exteriorizam

O que não podem esconder,

Escolher, reviver, renascer

Dos escombros passados

E da restauração futura,

Presente somente na mente

De quem sente o que foi

E o que não será.

Na imagem simétrica

Sem métrica e sem rima

Que ele reflete, o reflexo

Sem nexo, anexo de mim,

Vejo-me dentro da luz

E me ajoelho, e me espelho,

E me assemelho, sim.

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 07/02/2012
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