Vou guardar este amor
Morrerei em versos
mas não irei admitir
que para viver
necessito do teu amor.
Prefiro perder-me
em suaves brumas...
suspiros de saudade,
leves dedos que me tocam
enquanto simulo
que faço amor.
Derramarei
meu sangue azul,
pálida tinta
convertida em letras
espremidas
entre os meus seios
e o teu peito
nos momentos
em que não me agüento
e me dou...
Vou espremer este amor
como uma delicada uva
e sentir
na palma de minha mão
sua essência se esvair.
Vou olhar
esse amor com tal indiferença
e depositá-lo
numa caixinha bem pequena
bem vedada
longe dos meus instintos
e de cada um
dos meus sentidos.
Vou torturá-lo,
maltratá-lo
e depois
vou guardá-lo,
para que este
pequeno ingrato,
não me tire do prumo
de novo.