Rituais de Sentidos
Acendo o pensamento; ouço o silêncio,
Crio a minha imagem sentida
Num espelho moribundo e escuro,
Onde se movimentam formas indefinidas.
Olho esse escuro e não vejo,
Algures, no mundo, minha alma aturdida,
De tanto buscar o que não devo,
De crescer na estrada da vida.
Será que vivo? Dilema obscuro,
Da resolução infinitamente finita,
Sabendo apenas que ando perdida.
Será que morro? Verdade absoluta,
De certeza real e conseguida,
Num Universo totalmente cruel e caótico.
Homens do sonho, escutai o lamento!
Soprai pelo sentido dos sentimentos,
Arrebatados da fome da memória
Ajustando a circulação das imagens
Pelo movimento dos oceanos a rasourar,
Ou onde o orvalho é de prata.