Alter Ego

Meu corpo esta confuso, não posso controlá-lo

Não sabe pra onde ir, pra que lado olhar

O anjo e o demônio vivem dentro de mim

No entanto, não há espaço para os dois, o que me mata lentamente.

Espancando-me ao peito, alucinando-me os músculos

Matando todo meu eu.

Nesse mundo injusto, procuro acalmar-me diante do caos

Tento anular meu outro eu, um alter ego maldito, maligno e malvado.

Estou diante da balança entre o bem e o mal

Agarro-me ao ultimo sopro de vida, diante da balburdia extrema

a minh’alma sangra em um grito mudo que fere e corrói

Me derramando ondas de dores e desesperos

Ela vaga em dois mundos

A minha pele seca e se marca, minha voz se cala

Meu corpo é a arena dessa guerra, é o campo de batalha

Com os olhos fincados no nada, ele tenta resistir

Eu procuro uma cratera funda para me esconder

Mas eu tenho o coração marcado e o corpo maculado

E a alma corrompida

É essa dor que me enclausura, que me faz gemer em frente ao sofrimento

À desgraça estou condenado

Pois da guerra só sobraram os cacos e não valeu de nada

Não houve vencedores, somente perdedores

E o mais atingido pelas desavenças do bem e do mal,

foi o campo,

o corpo que agoniza nas contrações de desespero,

nas contrações da morte.

É terrível sentir duas coisas, dois males dentro de si

Que deus me leve e acabe com meu sofrimento

Ou então o demônio que seja

O importante é me livrar desse tormento

Que sufoca, asfixia e mata

A morte é a minha salvação.

A morte foi e sempre será a única salvação.

Yuri Fechio
Enviado por Yuri Fechio em 06/02/2012
Reeditado em 06/06/2012
Código do texto: T3484015
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