RIACHO SECO

Derramei minhas lágrimas de infância

Na ânsia de encher teu leito

Para que os meus barquinhos

De papel navegassem

Tuas águas, em outras águas

Que pudessem levá-los

A outras paisagens,

Viagens, imagens de sonhos

Vívidos e vividos, sentidos

Nos sentidos e sentimentos

Mais profundos dos mundos

Construídos pelos meus dez anos,

Dez meses e dez dias,

Alegrias, energia, calmarias,

Na companhia de mim mesmo

A esmo, sem a certeza

De que a beleza imaginada

Da esquadra, nunca levantasse âncoras

Porque o arco-íris rasgou o céu

E as gotas de nuvens

Não caíram no chão.

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 06/02/2012
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