O DESTINO E A FOLHA
Como vieste ao mundo?
Por certo, caíste de uma árvore.
Outrora eras verde e viva,
agora, folha seca ao vento.
Não és, em verdade,
autora da tua vida,
és folha e não conheces
a capacidade de escolha.
Então, senta-te à sombra.
Faz o que há para fazer:
Assiste plácida espectadora,
o acaso escreverá para ti.
És folha e não vês.
Quem poderá julgá-la?
Nada fazes, senão esperar.
Nenhum pecado em não ousar...
De tudo o que ignoras
e hoje precisas saber,
ao abster-se da escolha,
acabaste por escolher!