In concert
O silencio da dor na boca da fome,
Mata devagar o homem,
Enquanto a liberdade,
Essa tão desejada liberdade,
Que outrora se fez...
Em juras de sangue,
Por qualquer coisa se definha.
Circustancia -se de anomalias,
Faz orgias,
Põe no àpice dos novos tempos,
O prazer...
De ser e
De ter.
Tão enebriados os jovens e velhos,
Pela luz da escuridão,
Que as palavras, no vento se vão.
Tão enebriado os senhores pelo clarão do poder,
Que o verbo, é mera fração.
Se andar na cidade,
Ver-se-a em qualquer ponto soberba e indiferença.
Nessa ausência... Já não há coração.
Pra agasalhar o amor.
É ilusão pensar, que a vida é preservada,
Pois todos estãos na estrada curtindo a hora,
Da madrugada.
Sem lembrar de voltar pra casa,
De rever os filhos;
De fazer a história.
Bebem com os netos o veneno derramado,
Matam os espertos,
Alimentam o povo com inutilidades,
Para que, perdidos aprendam apenas a orar.
A cidade é fria...
Suas ruas,
Suas luzes, suas pessoas.
Ninguém quer ouvir as leis,
Ninguém as obedece.
Ao que parece eles as fazem por fazer.
Enquanto a noite terce a angustia de alguém.
Há que se celebrar os escravos,
Os explorados e subversivos...
Hoje, livres e desempedidos,
Não param de rir;
Não param de se divertir.
Cultuam a loucura de viver por viver;
Bebem para errar e morrer.
Preferem ser enganados
Do que oportunizar o nascer do sol.