Banco de cimento
Sentada ali
Observando o caminhar do vento
Notei tantos detalhes diferentes
(As mesmas coisas de sempre...)
Adultos correndo,
Cachorros passeando,
Crianças brincando,
Carros passando
E você, sentado ao meu lado
Em silêncio, me olhando...
De mãos dadas, conversávamos
Sobre aquelas coisas bobas e sem graça
Ah, mas como eram sem graça! Até me faziam rir...
Quando olhei para o outro lado
Vi um casal de velhinhos se abraçando
Então, ela lhe deu uma caneta
E ele deu a ela um caderno de música
Os dois sorriram e continuaram a andar... Até desaparecerem
Nunca mais te vi
Mas toda vez que me sento naquele banco
Recordo da cor daquela caneta
Que deixou o nosso amor ali, gravado no cimento
O qual já não existe mais
(O qual nunca existiu)