Engano de olhos fechados
Que engano, meus senhores, o pensar que Luz e Sombra
São rivais em seus amores...Meu irmão, isto é lombra
Luz e Sombra, complementos, um dá majestade ao outro
São dois reis, os elementos Dia e Noite, os assombros
As luzes das sombras, luzes negras das trevas
Só tem forma quando selvas já tocadas pelo sol
Vento solar, assobio de carinho e voilá! Sombras.
Sombras densas e poderosas, de formas demoníacas e risos sádicos
(Nós das sombras somos ácidos.)
E o que seria das sombras sem a luz? A escuridão profunda, fria, amorfa.
Só na luz a sombra é morna, nunca nunca sombra morta.
Do outro lado, quem mais reconheceria o poder da luz do que nós das sombras?
Diante de ti, humanos fecham os olhos e recorrem a nós, por que só nós temos a força.
Existir por completo diante da luz é a graça da sombra, e tornar a sombra sombra é da luz.
Um ao outro se seduz, um sem outro tem poder.
(Se não há nada para reconhecer, o poder se torna o nada
O nada se torna a cinza, e a cinza mata a fada. Acabou por hoje a sina)