Lavra



Toma do lápis, da pena,
Como a enxada mais leve
Ou dedilha pelo teclado
Vertendo sementes por todo lado.
Cultiva em cada poesia
O mundo que gostaria
E faz por vê-lo plantado.
Rega sonhos, ara os terrenos
Corações dos mais amenos
Logo serão semeados.
E quanto mais se esforça
Mais sonhos andam à volta,
Num torvelinho dourado.
Lavrador de terras do peito
Cultivando o alimento
Aposta em colheita farta.
Lavra a alma, semeia encanto.
E enquanto plantar poesia
Apostará no humano, no doce
E provará que é real
Aquela colheita ideal
Que chamam de fantasia.