Versos borrados
Atrás da porta
Encontrei uns rabiscos
Tão esquisitos!
Em papéis velhos
Sujos
Rasgados
Falavam de amor... Ah, que tolos versos!
Mal conseguia lê-los, de tão borrados
Mas sei que eram tolos
Não diziam absolutamente, nada!
Só falavam de amor...
Versos insignificantes
Insensíveis
Estranhos
Repentinamente,
Ao olhar ao meu redor
Eu não estava onde pensei estar
Não era mais a minha porta...
Quando fechei os olhos
Lembrei-me perfeitamente daquele velho lugar
E nem acreditei...
Já fazia tanto tempo!
Rasguei tais versos
Quando eu havia partido
Sentindo saudade
Reconheci, finalmente
Que eu os escrevi
Quando amei alguém, que os guardou
Mas eram tão inúteis!
Só falavam de amor...
Nem devia tê-los escrito!
E agora, tanto chorei que...
Ficaram borrados