Ratos do Estado

Eu escrevo sobre os dias pra trazer melhoras

E o Brasil se tornando uma grande fossa

Igual São Paulo um morto a cada instante

De cada dez, um compra casa, nove vai morar embaixo de pontes

Tiram das ruas os músicos, artistas

Mas deixam lugar pra assaltos de rotina

Os moradores já nem saem mais nas ruas pra se divertir

O medo ofusca qualquer forma de sorrir

Pra ganhar salário minimo, eu ralo todo dia

O deputado não faz nada, e ainda desvia verba pra Ilhas

E eu nem tenho o minímo de moradia

O assistencialismo do Estado

É um fuzil totalmente automatizado

E um tanque de guerra pra equipar as forças armadas

E a gente sendo roubado pelos caras de gravata

Não da nada, já tamo acostumado

A ser escória do Estado

E dividir espaço com rato

Não vai mudar nunca essa tragédia

Brasileiro servindo de inspiração pra filme de comédia

Prepara as peças

Hoje a gente vai pra guerra

Recuperar nossas terras que pelo Estado foi tomada

Pra construir a esplanada

E encher de vagabundo

Enquanto a TV mostra que cadeia é o submundo

É embaçado

Mais de 20 cara pra dois metros quadrados

Quem se regenera vivendo nesse estado

É um modo de sobrevivência pra te transformar em um rato

Esses de laboratório que morre e ninguém da a minima

Constroem prisões de segurança máxima pra prender quadrilha

Mas deixam soltos todos aqueles de Brasília

Enquanto no resto do país, hospital

Virou ponto pra assassinato maternal

Olha a revolta que ta nesse mundão

Aqui moleque aprende a ser homem

Ou a rua ensina a ser ladrão

O Estado mal lhe oferece um caixão

Isso se não te enterrar enrolado em um papelão

E você acha que isso é evolução

Levar do trabalhador sua única esperança de mudança

Que o mês vai ser melhor daqui pra frente, sem choro pra criança

Não tem leite na mesa, nem nescau e pão francês

Aqui nós temos, panela vazia, e o que sobrou de vocês

Os corruptos, os ricos

Os ladrões políticos

Não deixam nada pra nós respirarmos como incentivo

Só esgoto, e restos de lixo

Pra dar como exemplo pros filhos

É o pai pagando pena no presidio

Governador, cadê nosso respeito?

Você disse e prometeu melhoras depois de eleito

Não vejo nada, além de desespero

Pai de família na fila do desemprego

É só isso que nós temos

Pagando uma absurda quantidade de impostos que nem podemos

O dinheiro nós nunca vemos

Nem a fé ta se mantendo

Contaminada por ódio e sofrimento

Quem sabe o antidoto seja uma dose de veneno

Que na 25 de março tão vendendo

Contrabandiada no mercado negro

O brasileiro não tem nada, além de desrespeito.

Caiocezark
Enviado por Caiocezark em 19/12/2011
Código do texto: T3396610
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