CINEPOEMA (Primeiro Rolo)

CINEPOEMA

(Primeiro rolo)

Na sala escura deste meu mundo vazio,

tu és a única luz que cintila,

projetando sonhos na tela da minha vida.

Tu és a maior estrela deste palco,

onde todos representam, mas onde tu, e só tu,

é que vives.

Tu és meu Carlitos, meu drama, minha aventura;

meu espaço sideral e meu seriado infinito.

Tu és minha sessão de gala,

minha avant-première, minha matinée,

meu festival e minha soirée.

Tu és meu balcão; és minha platéia;

és também meu luminoso de néon,

a brilhar em sábado de estréia.

Com pipocas, amendoins e balas de café,

tomo tua mão e afago teus cabelos.

Tu és meu prefixo, meu tema de abertura;

minha trilha sonora de cantigas e canções,

a me embalar em meio à loucas multidões.

Tu és meu primeiro, único e último ato.

Tu és minha princesa, minha fada,

minha amada.

Tu és e sempre serás, a minha menina,

na tela da minha vida,

a mais doce fantasia,

até que se feche a cortina,

deste meu mundo de poesia.

T H E E N D

Otelo Rocha
Enviado por Otelo Rocha em 09/12/2011
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