CINEPOEMA (Primeiro Rolo)
CINEPOEMA
(Primeiro rolo)
Na sala escura deste meu mundo vazio,
tu és a única luz que cintila,
projetando sonhos na tela da minha vida.
Tu és a maior estrela deste palco,
onde todos representam, mas onde tu, e só tu,
é que vives.
Tu és meu Carlitos, meu drama, minha aventura;
meu espaço sideral e meu seriado infinito.
Tu és minha sessão de gala,
minha avant-première, minha matinée,
meu festival e minha soirée.
Tu és meu balcão; és minha platéia;
és também meu luminoso de néon,
a brilhar em sábado de estréia.
Com pipocas, amendoins e balas de café,
tomo tua mão e afago teus cabelos.
Tu és meu prefixo, meu tema de abertura;
minha trilha sonora de cantigas e canções,
a me embalar em meio à loucas multidões.
Tu és meu primeiro, único e último ato.
Tu és minha princesa, minha fada,
minha amada.
Tu és e sempre serás, a minha menina,
na tela da minha vida,
a mais doce fantasia,
até que se feche a cortina,
deste meu mundo de poesia.
T H E E N D