CELESTINO
Agosto calou no Normandie
uma canção de Santa Teresa.
A voz calabresa de tenor,
ator, intérprete, compositor ;
que com Tosca
fez das vaias cafajestes
explosão de aplausos
na romanza "E lucevan le stelle " ;
silenciou
vencida pelo coração.
Imortalizou Cândido das Neves,
o Índio, em vinis da Odeon.
"Flor do mal ", "Patativa", "Matei "
no som de inflexão operística.
"Ouvindo-te", "O ébrio ", "Coração materno ",
o eterno cantado em "Porta aberta ".
Voando e pousando nos palcos do Recreio
como o pombo
de "Casa Branca da Serra "
A Voz encantou sua terra.
Ao lado de Gilda de Abreu
fez-se quase divino
e em gôndola veneziana,
bandolim e melodia dolente,
navegou para o Cósmico
para fazer eterna "Serenata"
Vicente , o nosso Celestino .