Acordei a rir
O azorrague do sol feriu-me os olhos
e o sangue do regozijo brotou libertino
para irrigar as raízes do meu destino…
Acordei a rir…
Que banalidade para um sentimentalista reservado!
Rir de quê?
…dos contra-sensos que em mim se bamboleavam
arfando em cínicos sarcasmos?
…do dilema solar posto aos meus olhos?
(estive quase a perguntar aos olhos porque razão não choravam).
Ah! Se eu soubesse porque me ria
quando hoje despertei!...
(Leça do Balio - 03-02-1973)