Morte-Mulher

Agora até julgo

que não morrerei…

Perguntem ao vulgo,

sem terra nem lei,

se sabe da Morte

cheirando a Mulher,

que vive, sem norte,

num mundo qualquer.

(Porque fugirá

de mim tal Mulher?!...)

Se ela vier já

podem dizer-lhe:

“…está num sofá

dormindo acordado!”

Ah, Morte-Mulher,

com doce candura,

oxalá me acordes

com beijos de amor

E mãos de ternura!

(Leça do Balio - 03/02/1973)